Fios têxteis capazes de transformar a luz solar em energia térmica, fios com libertação de vitamina E e fios retardadores do envelhecimento da pele e aceleradores do processo de cicatrização. Parece realidade virtual mas não o é. Mas já lá iremos perceber porquê.
 
É em pleno século XXI e com a vontade de dedicar até 50% da sua produção aos têxteis técnicos e funcionais que a Inovafil se quer posicionar. A Inovafil é uma empresa participada da Mundifios, um grupo administrado por Joaquim Fernandes, figura que integra a “Comissão para o Compromisso com a Sociedade da Universidade do Minho”.
 
A “pressão” de pertencer ao grupo do maior trader ibérico de fios têxteis serve para elevar a fiação a um novo patamar. Isso mesmo aporta (ainda) mais exigência para esta empresa sediada em Famalicão.
 
Rui Martins, alumnus da Universidade do Minho, diretor-executivo da Inovafil, não quer que os seus produtos integrem apenas o mercado da moda, mas que avancem no campo do desporto, do funcional e do técnico. “Estes vão ser têxteis que vão deixar de ser um nicho de mercado quando essas funcionalidades começarem a ser introduzidas naquilo que é o nosso vestuário do dia-a-dia", sublinhou o responsável, em entrevista ao Negócios.

Os fios diferenciadores e de alto valor acrescentado são aposta forte da Inovafil que lançou recentemente o projeto Nidyarn (Núcleo de I&D para fios funcionais de elevado desempenho, em colaboração com o 2C2T - Centro de Ciência e Tecnologia Têxtil e a Fibrenamics, ambos da Universidade do Minho). O objectivo é simples: Promover a investigação e o desenvolvimento de fios de elevado desempenho térmico, mecânico e biológico para aplicação em vestuário high-tech.


No final do mês, a Inovafil vai pré-apresentar a sua nova coleção de fios funcionais na principal feira internacional dedicada à área do desporto e outdoor, a ISPO, em Munique.
Para além dos fios que geram energia térmica, dos que libertam vitamina E ou dos que retardam o envelhecimento da pele, a empresa vai apresentar neste certame fios com capacidade de gestão de humidade e fios termorreguladores com capacidade de regular a temperatura corporal. 
Refira-se que a Inovafil se instalou em Vila Nova de Famalicão em 2015, num investimento de 10 milhões de euros, ocupando parte das instalações da Têxtil Manuel Gonçalves (TMG), em Vale S. Cosme.

Emprega atualmente 115 pessoas e tem uma capacidade produtiva de 160 toneladas de fio mensais, 20% das quais têm como destino a exportação direta. Actua nos mercados de 38 países e consegue produzir 300 tipos de fios e malhas diferentes para corresponder às principais necessidades do mercado.
O grupo Mundifios faturou 82 milhões em 2016 e previa chegar aos 100 milhões no final do último exercício.