Jorge Oliveira, Bruno Pereira e João Azevedo perseguiam o objetivo de constituir uma empresa juntos desde que eram colegas da licenciatura em Geologia. Três anos depois de concluírem o curso, os geólogos reuniram-se para criar, em 2006, a SINERGEO, spin-off da UMinho que tem vindo a dedicar-se à prestação de serviços, consultoria e execução de projetos nas áreas da geologia, hidrogeologia, geofísica e geotecnia.
Em entrevista à Nós Alumni, Bruno Pereira faz um balanço da evolução da empresa, que tem provado que a aposta em projetos de I&D aplicados a recursos geológicos, a diversificação de serviços e a procura constante de novas soluções são elementos chave para o sucesso obtido nestes mais de 10 anos.
A SINERGEO iniciou a sua atividade em 2006. Como surgiu a ideia e quem são os seus fundadores?
Os fundadores são Bruno Sameiro Pereira, Jorge Dinis Oliveira, João Paulo Azevedo e Marcel Dias Antunes. Destes, apenas os três primeiros continuam o projeto desde o início. A ideia surgiu naturalmente, em contexto de trabalhos de grupo de diversas disciplinas do curso de Geologia. Também nos foi incutido um certo espírito empreendedor durante a licenciatura, que ficou latente durante o período de tempo (aproximadamente três anos) em que cada um de nós trabalhou em diferentes empresas.
Quais são os principais produtos e serviços prestados pela empresa?
A SINERGEO presta serviços transversais no domínio da Geologia e Geofísica. Podem destacar-se a prospeção geofísica (magnética, elétrica e GPR) e a prospeção geológica-mineira. Também estamos presentes no setor das águas subterrâneas, particularmente das águas termais (recursos hidrogeológicos e geotérmicos). Também fazemos estudos de avaliação de solos e águas subterrâneas com recurso a métodos geofísicos. A lista seria longa, mas pode ser vista no nosso site .
Já prestámos serviços em Portugal, Espanha e Cabo Verde. Os principais projetos desenvolvidos até agora estão relacionados com a prospeção geológica-geofísica. É-nos difícil particularizar algum deles.
O que é que distingue a SINERGEO?
A aposta em I&D aplicada aos recursos geológicos e a diversificação de serviços daí decorrente. Tivemos já dois projetos de ID em co-promoção, em que fomos líderes de projeto, que em muito robusteceram a nossa diferenciação e especialização. Para além disso, tentamos cultivar entre nós o espírito de melhoria contínua que leva a que facilmente se passe da ideia ao serviço.
Sendo a SINERGEO uma spin-off da UMinho, que importância tem tido esta instituição de ensino no seu desenvolvimento? Que tipo de parcerias já estabeleceram ou ainda estabelecem?
A SINERGEO tem protocolos específicos e desenvolveu já projetos em co-promoção com a UMinho, nomeadamente o Agrocontrol e o Prospeg . Consideramos importante o trabalho em conjunto com a Universidade, que esperamos que continue profícuo.
Mais de dez anos depois da constituição da spin-off, considera que as expectativas iniciais foram superadas? Que balanço fazem do vosso percurso?
O balanço que fazemos do nosso percurso é positivo. No entanto, desde o início tivemos expetativas bastante altas e ambicionamos sempre mais, o que faz com que as expetativas estejam em constante revisão. Neste momento, estamos a concretizar o nosso lema, ao estarmos ligados a projetos de prospeção mineira no norte do país.
Como avaliam o ecossistema de inovação e empreendedorismo da Universidade do Minho?
O ecossistema de inovação da UMinho afigura-se-nos como dinâmico e interessante. No entanto, como em tudo na vida existem aspetos a melhorar.
Porque é que escolherem a UMinho para tirarem os vossos cursos?
A combinação de proximidade geográfica, visto sermos de Braga, e a imagem de excelência da UMinho.
Do que é sentem mais saudades no percurso académico?
Do facto de sermos mais jovens e de a aprendizagem ser mais crua. Obviamente também sentimos saudades dos colegas, dos amigos e dos professores.
O que está ainda presente no vossos percursos que tenham aprendido e levado dos ensinamentos da UMinho?
Acima de tudo a paixão pela nossa Ciência - a Geologia e a forma como encaramos desafios concretos, sob o ponto de vista técnico. E também o espírito empreendedor que ficou e que nos molda no dia-a-dia.
