Descrição
O programa 'Alumni pelo Mundo', da RUM, já deu voz, em quase uma década, a cerca de 360 antigos estudantes da UMinho espelhados pelo globo. É conduzido por Liliana Oliveira, nossa alumna de Ciências da Comunicação.
O programa “Alumni pelo Mundo” surgiu em 2016 de uma parceria entre a RUM e a Reitoria da UMinho. Era o primeiro programa radiofónico dedicado exclusivamente a ex-alunos da academia. O feedback foi positivo?
Este sempre foi um programa muito acarinhado pelos ouvintes da RUM. Embora não tenha sido eu a dar início a estas ‘viagens’, sei que sempre foi um programa de sucesso na Universitária. Quando cheguei à RUM, em 2018, deram-me a oportunidade de conduzir este programa e foi, sem dúvida, um desafio que me preencheu, e ainda preenche, por completo. Atualmente, é dos programas mais ouvidos da nossa grelha e isso só me pode encher de orgulho.
Quem foi a primeira pessoa entrevistada?
Os primeiros convidados foram Vítor Rodrigues (Engenharia Informática) e Paula Costa (Biologia Aplicada), um casal alumni que estava, à data, em Silicon Valley, na Califórnia. Ele trabalhava na Google e ela na multinacional biotecnológica Agilent.
Contacta todas as semanas com histórias e realidades culturais diferentes. Houve alguma que a tenha surpreendido mais?
Há muitas histórias que me surpreendem. Não seria justo destacar apenas uma. Sinto que, em todos os programas, aprendo sempre um bocadinho, seja da cultura ou das tradições do local onde está o meu convidado, seja pelo próprio percurso que muitos deles traçaram.
A saudade de quem sai…
Se tivesse de identificar um denominador comum presente em todas as entrevistas, qual seria?
A saudade. Quase todos os convidados, independentemente de estarem fora há anos ou há um mês ou de pretenderem voltar ou não, falam da saudade que têm do nosso país.
Que balanço faz dos cerca de dez anos?
Já passaram pelo "Alumni pelo Mundo" cerca de 360 convidados, mais de 250 comigo na condução da entrevista. Não sei ao certo quantos países já visitamos, mas diria que perto de uma centena. Ao longo deste percurso, já encontrei alumni, literalmente, nos quatro cantos do mundo. O balanço é claramente positivo! Tenho a sorte de, todas as semanas, conhecer a história de um antigo estudante da UMinho, muitas delas baseadas num percurso de sucesso. Semanalmente, conheço um país ou cidade diferente e isso é bastante enriquecedor, do ponto de vista pessoal. Acho que o programa é uma inspiração para quem quer tentar a sorte fora de portas e, ao mesmo tempo, os nossos alumni partilham, através da sua experiência, alguns conselhos que podem ser muito úteis a quem nos ouve. Por outro lado, muitos dos relatos mostram a tristeza de quem emigrou por não se sentir reconhecido no país ou por não ter condições financeiras suficientemente atrativas para continuar em Portugal. Reter talentos é um grande desafio. Reter o talento que sai das nossas universidades é um assunto sério que merece muita reflexão por parte de todos os decisores políticos. Em vários programas dou por mim a pensar: “Que sorte têm os países que acolhem a mão de obra qualificada que formamos em Portugal”. De facto, formamos muita gente, com muita qualidade, que acabam por contribuir, e muito, para o avanço de outros países.
“Amo o que faço e adoro fazê-lo em Portugal”
Estas viagens semanais nunca lhe deram vontade de tentar a sorte lá fora?
Não. Sou filha de pais emigrantes e, por isso, tive várias oportunidades para tentar a minha sorte fora de portas, mas esse nunca foi um objetivo para mim. Aliás, por isso mesmo, preferi ficar sozinha em Portugal, a terminar a minha licenciatura, quando a minha família decidiu dar esse passo. Eu amo o que faço e adoro fazê-lo em Portugal. Embora reconheça que fora de portas as condições financeiras pudessem ser muito mais atrativas, o meu coração está e sempre esteve aqui.
Depois de quase uma década, não deve ser fácil fazer diferente. O que têm previsto para os próximos tempos?
Não é fácil fazer diferente, sobretudo num órgão de comunicação local, onde, como sabemos, há vários constrangimentos. Ainda assim, na RUM sabemos sempre reinventar e adaptar os formatos aos novos tempos e às novas tecnologias. Talvez, em breve, possamos ter novidades, que levem o programa "Alumni pelo Mundo" ainda mais longe.
É também uma alumna da UMinho. Que experiências guarda do período de estudante?
Foi das melhores experiências da minha vida. Fui muito feliz nesta casa, onde, além de aluna de Ciências da Comunicação, integrei a direção da Associação Académica (AAUMinho). Ingressar na UMinho permitiu-me lidar de perto com profissionais excecionais e reconhecidos na área, que me ensinaram a dar os primeiros passos no jornalismo. Por outro lado, a AAUMinho foi uma casa que me fez crescer enquanto pessoa, que me permitiu alargar horizontes, assumir responsabilidades e conhecer pessoas que marcaram o meu percurso e com quem, ainda hoje, mantenho contacto.
Pensa voltar a “pegar nos livros”?
É sempre uma opção. Eu gosto de conhecer novas áreas e aprofundar conhecimentos em determinadas matérias. Sou curiosa por natureza e talvez por isso tenha decidido ser jornalista. Na RUM, lido diariamente com diferentes temas, escrevo sobre diversas temáticas e algumas delas suscitam-me verdadeiramente interesse. E, como alumna que sou, UMinho uma vez, UMinho para sempre!