[Esta reportagem foi realizada a 16/11/2015]​​

Criado em Abril de 2001, por iniciativa do setor industrial, em estreita colaboração com o DEP (Departamento de Polímeros da Universidade do Minho) e o IAPMEI (Instituto de Apoio às Pequenas e Médias Empresas), o PIEP é uma associação privada que funciona como uma interface universidade/empresa. Está sediado no campus de Azurém, em Guimarães, tendo mais de 80 % de empresas na composição da sua estrutura associativa tripartida: indústria, entidades públicas e associações empresariais. 

 

​O DEP desenvolveu, desde a sua génese, um trabalho muito próximo do universo das empresas, em diversos setores de atividade, em particular dos plásticos e dos moldes. Estes dois setores entenderam que seria benéfica a criação de uma infra-estrutura que pudesse estar dedicada, a tempo inteiro, às suas necessidades de ID&T, desenvolvendo novos materiais e apoiando a criação de produtos inovadores, tecnologias de processamento e novas ferramentas produtivas. Pretendia-se também dar um contributo significativo à formação e desenvolvimento de recursos humanos, com capacidade e experiência em inovação industrial na área de engenharia de polímeros.​

O PIEP desenvolve produtos e tecnologias para vários setores industriais, nomeadamente da mobilidade (automóvel, aeronáutica e ferrovia), ambiente e energia, embalagem, calçado, eletrónica, telecomunicações e construção. “Somos bastante solicitados pelas empresas nacionais e estrangeiras que nos trazem constantemente novos desafios. O PIEP acaba por ser um parceiro importante na concretização dos seus objetivos e ideias”, explica o Diretor Geral, Rui Magalhães, ele próprio um ex-aluno do DEP. Esta parceria traduz-se na adoção de uma estratégia de baixo risco em termos de desenvolvimento, que permite encontrar soluções para os problemas num quadro temporal compatível com o modelo de negócio das empresas. “Eu costumo dizer que nós atuamos neste tipo de projetos de desenvolvimento mais como parceiro do que como fornecedores e até como um fator de alavancagem naquilo que é o processo de inovação, ou seja, minimizamos os danos das estratégias menos corretas de abordagem a um determinado problema, diminuindo o risco dos processos e dando uma resposta de facto rápida e precisa”, sublinha ainda Rui Magalhães.

​​Em termos de orgânica, o PIEP é uma infra-estrutura única em Portugal, uma vez que o seu Conselho de Administração é maioritariamente liderado por pessoas do meio industrial e não do meio académico. Esse aspeto particular e diferenciador tem também a vantagem de o alinhar estrategicamente com aquilo que são as expectativas da indústria. “Esta mensagem está focada e explícita neste modelo de organização, em que a indústria assume um papel importante na definição estratégica que cabe a um órgão como o Conselho de Administração. Queremos alinhar o PIEP com aquilo que são, de facto, os desígnios da comunidade industrial,” refere o Diretor-Geral.

O Pólo de Inovação ocupa atualmente uma área de 3000 metros quadrados, completamente infra-estruturada, em grande parte com características industriais, e possui equipamento de ponta, o que corresponde a um investimento superior a 6.5 milhões de euros. “Começamos em instalações cedidas pelo Departamento de Engenharia de Polímeros, de 2001 até 2007, ano em que concluímos a parte física da infra-estrutura. No início éramos quatro colaboradores e neste momento somos 40; temos vindo a crescer de uma forma sustentada, na medida em que o nosso volume de negócios anual, que hoje ronda os 2.1 milhões de euros anuais, tem acompanhado proporcionalmente a tendência de aumento dos recursos humanos”, relata Rui Magalhães. Uma vez que o contexto nacional é e continuará a ser no futuro determinante da sua atividade, o PIEP trabalha principalmente com empresas portuguesas, mas nos últimos anos tem vindo a desenvolver atividades noutros países, nomeadamente na Alemanha, França, Brasil e Estados Unidos. 

O PIEP tem integrado bastantes recém-diplomados da academia minhota e investido na sua formação, não só no domínio dos polímeros, mas também noutras áreas próximas do trabalho cada vez mais abrangente que desenvolve. “Algo que verificámos nos últimos anos foi termos necessidade de reforçar as nossas competências com outro tipo de conhecimento, porque, de facto, os projetos são cada vez mais multidisciplinares e hoje temos alunos com formação em mecânica, física, química, engenharia biomédica, engenharia biológica, etc. Cria-se, assim, uma dinâmica muito interessante de cruzamento de vários conhecimentos, que nos permite abordar projetos cada vez mais complexos e integrados”, realça o Diretor Geral do PIEP.​
PIEP4.JPGComo ex-aluno do curso de Engenharia de Polímeros, Rui Magalhães salienta a importância que a passagem pela UMinho teve para o seu percurso profissional: “Ter uma licenciatura no domínio dos polímeros, ou seja, de elevado grau de especialização, deu-me uma vantagem face a outras licenciaturas de mais largo espectro. Este facto deu-me a oportunidade de afirmação e crescimento num ambiente muito competitivo. A Universidade do Minho, em particular o DEP já tinha, nessa altura, reconhecido mérito internacional.” 

Enquanto estudante, proveniente de S. João da Madeira, a instituição de ensino minhota tornou-se especial para o atual dirigente do PIEP pela sua camaradagem, espírito de entreajuda e por ser uma Universidade jovem, em formação e crescimento. Hoje, enquanto alumnus, diz ser “um enorme orgulho pertencer a esta academia. Igualmente uma responsabilidade e um estímulo para dar continuidade à afirmação dos seus valores. É uma instituição com um projeto em que acredito. A iniciativa Alumni UMinho é ímpar. É uma academia diferente, para melhor.”