O alumnus e professor da Escola de Medicina da Universidade do Minho acaba de ser distinguido com o FLAD Science Award Mental Health, que financia em 300 mil euros o desenvolvimento de investigação clínica na área da saúde mental. Em causa está um projeto liderado por Pedro Morgado sobre a doença obsessivo-compulsiva, que afeta 1 a 4% da população mundial.
 
Melhorar o diagnóstico, a predição no tratamento e encontrar novas soluções para a doença obsessivo-compulsiva. É este o intuito do projeto vencedor do primeiro FLAD Science Award Mental Health, que financia em 300 mil euros a investigação clínica na área da saúde mental. O projeto de Pedro Morgado, também psiquiatra no Hospital de Braga, foca-se na caracterização da estrutura e função cerebrais do cérebro na doença obsessivo-compulsiva, pretendendo ainda encontrar possíveis preditores para os resultados de um dado tratamento.
 
Dado que aproximadamente 50% dos pacientes com doença obsessiva-compulsiva têm resistência aos tratamentos de primeira linha (antidepressivos serotoninérgicos e psicoterapia), “esta identificação é essencial para selecionar de forma mais eficaz uma intervenção mais personalizada para um determinado paciente, o que permitirá ganhar tempo no tratamento”, garante Pedro Morgado, investigador da Escola de Medicina da Universidade do Minho.
 
Numa segunda fase, o projeto procura explorar os benefícios da utilização de um fármaco dopaminérgico (pramipexole) no tratamento das pessoas com doença obsessivo-compulsiva que não respondem aos tratamentos convencionais. A utilização deste medicamento é suportada por estudos pré-clínicos realizados em modelos animais no ICVS, instituto de investigação da Escola de Medicina da Universidade do Minho, e também em ensaios clínicos breves realizados internacionalmente. O ensaio clínico que será realizado no Centro Clínico Académico de Braga, sediado no Hospital de Braga, permitirá perceber a utilidade e segurança deste novo medicamente que poderá trazer uma nova esperança ao tratamento da doença obsessivo-compulsiva.
 
Sobre o prémio
 
É um apoio inédito a jovens investigadores em Portugal para desenvolverem novas linhas de investigação clínica em Saúde Mental, desde a prevenção até ao tratamento e à reabilitação. O objetivo da FLAD é contribuir para a qualidade de vida dos pacientes que sofrem de perturbações mentais, numa época em que as necessidades em torno da Saúde Mental são ainda mais evidentes.
 
Esta iniciativa tem o reconhecimento da Ministra da Saúde, Marta Temido, da Organização Mundial de Saúde e do Alto Comissariado das Nações Unidas para os Direitos Humanos.

Fotografia: Hugo Delgado