Noel de Miranda, antigo estudante de Biologia Aplicada, da UMinho, foi um dos 11 cientistas que, na edição de 11 de novembro do semanário Expresso, na revista E, foi destacado por estar na linha da frente do combate ao cancro, mais concretamente pela investigação que desenvolve na procura de uma forma de personalizar os tratamentos de cancro intestinal.

Na reportagem assinada por Catarina Guerreiro no semanário Expresso, é destacado o facto de a estratégia da comunidade médica e científica passar, por um lado, por identificar as características do cancro de cada vítima, para o tratar individualmente de forma mais eficaz e, por o​utro lado, por investir em tratamentos que só matem as células cancerígenas e não as saudáveis, como sucede com a convencional quimioterapia. “A grande aposta é utilizar o sistema imunitário dos doentes para os tratar e, quem sabe, curar”.

Personalizar os tratamentos de cancro intestinal
O Expresso refere que “é também nesta recente estratégia de apostar no sistema imunitário que Noel de Miranda, de 35 anos, está focado”. Este investigador formado na UMinho lidera um grupo de trabalho no Centro Médico da Universidade de Leiden, na Holanda que, “neste momento, tenta descobrir qual a melhor maneira de aplicar este tratamento de forma personalizada aos doentes com cancro colorretal (ou intestinal) — que mata 11 portugueses por dia, sendo a segunda causa de morte por doença oncológica no país, com 1,4 milhões de novos casos anuais.

“A ideia de Noel de Miranda é, recorrendo a tecnologia de última geração, caracterizar as alterações genéticas que acontecem nos tumores de cada pessoa e identificar as proteínas que ficam alteradas nas células cancerígenas. Depois, essas proteínas, sintetizadas em laboratório, são usadas para estimular uma resposta do sistema imunitário às células tumorais — um processo idêntico ao das vacinas”.  ​A este propósito, o investigador referiu ainda que “isto pode ser feito através de vacinação terapêutica ou através da seleção em laboratório de células do sistema imunitário que sejam reativas contra essas proteínas. Estas são multiplicadas e faz-se depois uma reinfusão no paciente”. 

O trabalho de Noel de Miranda​ foi premiado, entre outras instituições, com bolsas da Associação Americana para a Investigação do Cancro e da Sociedade Holandesa Contra o Cancro e teve o financiamento da Organização Holandesa para a Investigação em Saúde e Desenvolvimento.