A SilicoLife ​foi criada em 2010 por recém-diplomados do mestrado de Bioinformática e professores de Informática e Engenharia Biológica da UMinho. Desde então, a empresa tem vindo a desenvolver microrganismos e novas vias biológicas para produzir compostos de interesse industrial, combinando métodos computacionais com conhecimento biológico.

 Simão Soares, co-fundador e CEO da SilicoLife, explica os serviços prestados pela empresa bracarense através da uma analogia ao GPS: "quando estamos numa nova cidade precisamos de um mapa para saber o que podemos fazer; ou seja, aqui dedicamo-nos a fazer mapas dos microrganismos que são os nossos modelos e depois combinamo-los com algoritmos e inteligência artificial que nos ajudam a descobrir qual a melhor estratégia a implementar em laboratório, poupando tempo e recursos".


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Os fundadores da empresa conheceram-se na Escola de Engenharia da UMinho onde aprenderam a trabalhar com este tipo de metodologias e consideraram, na altura, que desenvolver estirpes de microrganismos optimizadas e explorar novas vias metabólicas com recurso à bioinformática e biologia seria uma boa oportunidade de negócio. "No que diz respeito à investigação, verificamos que podíamos oferecer este tipo de tecnologia de maneira profissional e foi aí que decidimos arrancar com a empresa. Já tínhamos validado a ideia em diversos programas de empreendedorismo até que chegou o momento de arriscar e fomos crescendo a partir daí", conta-nos este antigo aluno.

Começaram com um projeto de suporte à área nutricional lidando com informação biológica. Foram estabelecendo contactos, participando nos eventos mais importantes, percebendo quais eram os problemas principais das empresas da área e explicando-lhes como a tecnologia que dispunham as poderia ajudar a tornar a produção mais rentável e rápida. Ainda no final de 2010 conseguiram fechar o primeiro grande contrato com uma empresa do sector da química que estava, então, a entrar no campo da biotecnologia e, a partir daí, foram crescendo.

Nos últimos sete anos a SilicoLife tem desenvolvido projetos no Reino Unido, Dinamarca, Suíça e EUA, com empresas do top 500 da revista "Fortune", incluindo multinacionais e empresas líderes em biologia sintética e no desenvolvimento de produtos químicos e polímeros. Em 2011 recebeu, pelas mãos do Presidente da República, o prémio "Atreve-te 2010", que reconheceu a SilicoLife como a melhor start-up num concurso destinado a premiar o empreendorismo e novas ideias por estudantes e recém-formados, e obteve distinções na revista "Wired", do Reino Unido, e no Fórum Biochem, em Espanha. Em 2015, o Fórum Económico Mundial colocou-a entre as seis jovens empresas cujas parcerias com multinacionais poderão marcar o desenvolvimento da Europa. A empresa participa ainda em projetos científicos internacionais, com parceiros como a marca automóvel Fiat ou a Invista, a maior produtora de fibras do mundo e detentora de marcas como a Lycra. 

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Em novembro de 2016 a SilicoLife surgiu classificada em 15º lugar no ranking das 40 PMEs mais promissoras na Bioeconomia​. Foi a segunda vez que a SilicoLife, primeira empresa portuguesa a entrar numa das listagens da BioFuels Digest - publicação norte-americana de referência mundial que todos os anos seleciona as empresas mais relevantes naquela área - merece lugar de destaque neste ranking, depois de em 2014-15 ter surgido no 39º lugar. Para Simão Soares este tipo de reconhecimento vem comprovar que estão no bom caminho: "a presença num ranking de um órgão de comunicação nesta área especializada, que tem mais de 2 milhões de leitores, é uma excelente notícia para nós, que somos uma das poucas empresas não americanas presentes neste ranking e uma das poucas que não está a crescer com base num forte ​investimento", salienta. ​

Uma universidade é um sítio para arriscar e experimentar novas coisas e é esse espírito que eu acho que a UMinho consegue transmitir aos seus alunos.

Simão Soares, natural de Vale de Cambra (distrito de Aveiro), escolheu a UMinho em detrimento de outras instituições que estavam mais próximas, atraído pela reputação do curso de LESI (atual Mestrado Integrado em Engenharia Informática). Ingressou depois no mestrado em Bioinformática – Ciências Biológicas. Para este empresário, a experiência de ter sido aluno desta instituição foi extremamente importante, não só pela componente pedagógica, mas também extracurricular. "A passagem pela Direção da Associação Académica da UMinho (AAUM), por exemplo, foi uma verdadeira escola onde aprendi a gerir pessoas e a ter noções básicas sobre o que é um orçamento e como deve ser executado; foi uma experiência que me enriqueceu muito e da qual tiro proveito todos os dias".

O CEO da SilicoLife gere hoje uma empresa que conta com 17 colaboradores, grande parte deles graduados na UMinho, e espera, num futuro próximo, que a empresa passe também a ser fornecedora de produtos, para além dos serviços que já presta. Esta vertente permitir-lhe-ia aplicar a sua tecnologia a projetos próprios, viabilizando outro tipo de aspiração e de receitas. 

Para Simão Soares, a SilicoLife é uma empresa onde se deve sempre ambicionar mais. "É esse espírito que me foi transmitido na UMinho, que ainda hoje mantenho e que as pessoas que trabalham aqui também têm; querermos fazer mais e melhor e acreditamos que podemos fazer isso a partir de Portugal". ​


* Artigo da rubrica Ecossistema de Inovação e Empreendedorismo da News​​letter Nós Alumni, desenvolvido em parceria com a TecMinho ​​

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