Um grupo do Instituto de Investigação em Ciências da Vida e Saúde da UMinho foi galardoado com o Prémio Mantero Belard, um dos dois galardões atribuídos anualmente pela Santa Casa da Misericórdia de Lisboa. A coordenação do projeto cabe a Fábio Teixeira, alumnus doutorado pela Escola de Medicina da UMinho, que conta agora com 200 mil euros para desenvolver novas terapias que visam melhorar a qualidade de vida de pessoas com Parkinson. Dentro da sua equipa conta ainda com os Alumni UMinho Ana João Rodrigues, Patrícia Patrício e Andreia Carvalho. ​

“O principal objetivo é desenvolvermos uma estratégia que possa atuar na doença em termos de progressão. A maioria dos tratamentos que temos disponíveis foca-se sobretudo na componente motora. Com esta estratégia nós queremos ir mais além. Queremos tentar modular a progressão da doença”, explica Fábio Teixeira. “Em vez de só nos debruçarmos sobre a principal consequência da doença – a baixa produção e perda de um neurotransmissor, a dopamina -, queremos ver se conseguimos agir também na população neuronal. E se conseguirmos proteger os neurónios do processo degenerativo, possivelmente poderemos dar aos doentes uma melhor qualidade de vida e, ao mesmo tempo, atrasar a introdução de novos fármacos ou reajustar as doses terapêuticas”, destaca o investigador.

O Prémio Mantero Belard, no valor de 200 mil euros, recai no âmbito das doenças neurodegenerativas associadas ao envelhecimento, como a Doença de Parkinson, que é o foco do presente projeto. Este prémio, tem assim, por objetivo possibilitar o desenvolvimento de novas estratégias no tratamento e restabelecimento das funções neurológicas, assim como, promover a reabilitação dos indivíduos afetados, reduzindo, de forma significativa, os défices motores e fisiológicos que lhes estão associadas. 

A Escola de Medicina e o ICVS tinham vencido, nos últimos dois anos, o Prémio Santa Casa Neurociências, neste caso, o Prémio Melo e Castro – Nuno Sousa em 2018 e António Salgado em 2017. Esta é a primeira distinção no Prémio Mantero Belard para a Universidade do Minho. “Receber este prémio é um reconhecimento do próprio trabalho do laboratório, do ICVS e da Escola de Medicina, na investigação científica e na excelência que temos tido ao longo destes anos”, conclui o coordenador do projeto vencedor. 

A doença de Parkinson é a segunda maior doença degenerativa no mundo, afetando cerca de dez milhões de pessoas, sendo mais prevalente com o avançar da idade (apenas 5% dos casos surgem antes dos 40 anos). Esta doença neurodegenerativa surge como consequência da redução dos níveis de dopamina (um mensageiro químico cerebral que comanda os movimentos), em consequência da morte das células cerebrais que produzem. Os sintomas mais visíveis são os tremores nos membros inferiores ou superiores. 

Os Prémios Santa Casa Neurociências representam um apoio anual de 400 mil euros nesta área de investigação, com o objetivo de promover duas grandes áreas de atuação: a recuperação de lesões vertebro-medulares e o acompanhamento de idosos com demências de origem neurodegenerativa.​​