Alberto Silva, diretor de Saúde Visual da Essilor desde o final de janeiro, assume o recente desafio com confiança e novas ideias para combater as desigualdades no panorama da saúde visual em Portugal.

Com uma carreira de 15 anos dentro da empresa, com passagens pelos Recursos Humanos, pelo Trade Marketing, Desenvolvimento de Negócio e Marketing, assume que os seus sucessos se baseiam sempre no trabalho e espírito das equipas que dirige. 

É desde o dia 21de janeiro o novo diretor de Saúde Visual da Essilor.  Com que expectativas inicia este novo desafio profissional? 
Antes de mais - e acima de tudo -, com a vontade de ajudar e poder contribuir para o desenvolvimento da área de saúde visual da Essilor Portugal, criando valor para o mercado, auxiliando os nossos parceiros a cimentar uma proposta de saúde e uma valência distintiva na comunicação de saúde visual para o mercado. Em paralelo, criando as sinergias necessárias, com as várias áreas de atuação da empresa, de modo a potenciar o fator diferenciador de uma proposta integrada para o ótico e, consequentemente, para o consumidor final. A nível interno, desenvolver e fazer crescer as pessoas da minha direção. 

Em que se irão basear as suas funções? 
Em poucas palavras, a gestão de uma área como a direção de Saúde Visual, para uma empresa como a Essilor, em que a missão é: melhorar vidas, melhorando a visão, tem necessariamente de estar vocacionada para o desenvolvimento desta filosofia de estar no mercado, com uma clara aposta no desenvolvimento do conceito de saúde visual, não apenas como meio corretor de algum tipo de ametropia, mas também com ênfase, na mesma medida, na componente da prevenção e da proteção ocular. Esta é, efetivamente, uma frase que costumo dizer bastantes vezes: "A prevenção e a proteção são tão importantes quanto a correção visual". 

Como pretende implementar a ideologia da Essilor no que se refere à prevenção e promoção da saúde visual? Estão previstas, a breve prazo, novas ações? 
A nossa atuação junto de todos os intervenientes no mercado, sejam eles prescritores, retalhistas ou consumidores finais, vai sempre no sentido de alertar e abordar questões que sejam relacionadas com a saúde visual, sejam elas através dos nossos delegados, sejam através dos rastreios visuais, sejam, inclusive, através de artigos específicos em meios do setor. Para nós, a saúde visual não é, nem pode ser, fator opcional. Não pode ser questionada, nem posta em causa. Tem de estar na linha da frente de toda a nossa atuação, em todas as vertentes da nossa atividade. Esta é a nossa filosofia e é parte integrante dos nossos valores. É assim que, todos os dias, saímos de nossas casas e vamos para o terreno: convictos que vamos proporcionar o melhor que se faz no mundo inteiro ao nível da prevenção, proteção e correção para os nossos consumidores. Um exemplo disto mesmo, entrando um pouco mais em detalhe, é a área de rastreios visuais que proporcionamos à população portuguesa de forma totalmente gratuita. Estas ações cobrem todo o território nacional e pretendem, antes de mais, evidenciar a necessidade de acompanhamento frequente e consultas regulares com um especialista de saúde visual. Além disto, existem uma série de outras ações, em parceria com outras áreas da empresa - como por exemplo o Marketing e a Comunicação -, que ajudam a amplificar a mensagem de saúde visual e promoção da saúde junto da população. 

A Essilor tem uma postura assertiva no que se refere à sua responsabilidade social.  Como pretende dar continuidade a esta postura da empresa? 
A responsabilidade social é um pilar fundamental e um elemento intrínseco do nosso ADN. É minha convicção pessoal que apenas através do retorno à comunidade e aos outros, de forma desinteressada e abnegada, conseguimos crescer - e fazer crescer - enquanto indivíduos. Para nós, Essilor, que temos no sangue o pulsar de uma missão altamente direcionada para o próximo, com um forte cunho de promoção de saúde na área da visão, é fundamental sermos assertivos nos nossos princípios e fiéis aos nossos valores. 

Está comprovado que mais de 50% dos acidentes rodoviários estão relacionados com a visão. A parceria com a Prevenção Rodoviária Portuguesa é para continuar? 
A nível internacional, a Essilor tem um protocolo com a FIA, precisamente para alertar e tornar evidentes assuntos e questões relacionadas com a visão e condução. Sabemos que 80% da informação que nos chega, chega através da visão e quando estamos a falar de condução ainda se torna mais premente um correto funcionamento de todo o sistema visual. Mas não nos podemos cingir apenas aos condutores de veículos automóveis. 
Também há que alertar os demais utilizadores da via pública, como sejam os peões, os ciclistas, etc.. Todo o ecossistema ligado à condução deve ser sensibilizado para os perigos de uma fraca correção visual. Desta forma, as ligações que temos com os demais parceiros, como sejam a PRP (com quem estamos a desenvolver um estudo inédito da avaliação da função visual dos condutores portugueses), da APSI, entre outros, é para continuar e, obviamente, reforçar. 

Um dos objetivos da Essilor continua a ser rejuvenescer a marca, de forma a identificá-la com targets mais jovens? Como estão a implementar esses conceitos? 
Esta é uma pergunta eventualmente mais direcionada para a direção de Marketing, no entanto, há claramente marcas que necessitam de ser posicionadas nos seus targets naturais - e que não tem necessariamente a ver com a ligação à idade. A Essilor prima por ter um portefólio de produtos que abrange toda a franja de idades, com soluções que além de corrigirem as ametropias, protegem da radiação UV, tanto em lentes brancas como coloridas, e da luz azul-violeta nociva, desde o lançamento da tecnologia inovadora Eye Protect System imbuída na própria matéria, bem como podem ajudar na prevenção de patologias relacionadas com a exposição prolongada a fatores potenciadores de malefícios ao sistema visual. 

Como define o panorama da ótica em Portugal? 
Ao contrário de alguns países europeus, em Portugal vivemos um panorama em que o nosso ótico tradicional é especialista no seu metier, domina a arte de bem-fazer oficina e é mestre no serviço ao cliente, sabendo tirar partido das parcerias com os players mais bem cotados do mercado. Ao nível da prescrição, estamos muitos pontos acima da média europeia e é algo que nos distingue e só pode ser motivo de orgulho. 

Refere habitualmente que os seus sucessos baseiam-se no trabalho e espírito das equipas que dirige. É humildade ou convicção? 
A garra, a convicção e a forma como encaramos os desafios são determinantes para lidar e ultrapassar obstáculos. Podemos, sozinhos, chegar mais rápido mas, em equipa, chegamos seguramente mais longe. 

Está na Essilor há 15 anos, tendo começado na área de Trade Marketing. Como classifica o seu percurso e ascensão dentro da empresa? 
Sendo da área das ciências, de formação académica, e enveredando, posteriormente, pela gestão e pelo marketing, é fácil perceber o porquê de um percurso longo - e pouco habitual nos dias de hoje - na Essilor: os constantes desafios. Ao longo destes 15 anos, tive oportunidade de iniciar uma série de projetos em diversas áreas da empresa, que me proporcionaram um enorme crescimento, tanto pessoal como profissional. Desde o Trade Marketing, onde ajudei a iniciar a atividade do rastreio, passando pelos Recursos Humanos, onde implementei o programa de formação a parceiros; o Desenvolvimento de Negócio, onde tive o primeiro contacto com uma parte mais comercial da empresa e onde consegui juntar a formação à equipa de optometria do terreno; ao Marketing, onde fui gestor e responsável de categorias e, agora, como diretor de Saúde Visual - toda esta experiência diversificada e tocando várias áreas, permitiram-me ter uma visão mais macro do negócio, mas, ao mesmo tempo, com a profundidade suficiente para conhecer as especificidades e particularidades deste setor. Em resumo, tem sido um percurso cheio de desafios - e ainda bem. O permanente trabalho fora da zona de conforto permite-nos evoluir e sair da caixa constritora de um pensamento estagnado. 

Que metas profissionais tem estabelecidas para a sua carreira nos próximos anos? 
Não sou grande adepto de futebol, mas a resposta é simples e baseada no calendário desportivo: o foco, para já, é o próximo jogo. 

Alberto Silva nasceu em Angola em e cresceu em Braga onde se licenciou em Física Aplicada na Universidade do Minho, em 1999. Fez o MBA em Gestão, na Universidade Autónoma de Lisboa (2004), e entrou no Instituto Superior de Economia e Gestão - ISEG Universidade Técnica de Lisboa onde concluiu uma pós-graduação em Marketing Management (2006) e o Mestrado em Marketing, (2008). Regressa às Ciências, em 2010, como ingresso no programa de PhD da Universidade do Minho. Entrou na Essilor Portugal em 2004, para a área de Trade Marketing, onde ajudou a criar, desenvolver e implementar a área dos rastreios visuais. Foi também coordenador das áreas de Formação a Clientes e de Optometria. Desde 2015 integrava a direção de Marketing, como category manager, responsável pelas marcas Varilux e Transitions, bem como pela área Digital (website Essilor, redes sociais). É desde 21 de janeiro o novo diretor de Saúde Visual da Essilor Portugal, assumindo funções na área das ações de prevenção e promoção da saúde visual e nos programas de rastreio, bem como a gestão das equipas de informação à prescrição (DIM e DOP) e Formação a Clientes.