​São jovens, têm qualidade, mostram serviço, mas ainda são pouco ‘respeitados’, num mundo onde os mais velhos ‘mandam’. Carlos Duarte Silva (26 anos), Rafael Santos (25 anos) e Pedro Costinha (25 anos) estão juntos na RC Advogados e têm em comum o facto de serem muito jovens para o que é habitual num escritório de advogados. Eles sabem-no, mas não se incomodam com isso. São, provavelmente, o escritório de advogados nacional com média de idade mais baixa. 

Depois de uma carreira de grande mérito no curso de Direito da Universidade do Minho, concluíram o curso em 2015 e, posteriormente, o estágio obrigatório da Ordem dos Advogados, em 2018. No mestrado, por exemplo Rafael Santos, terminou com 19 valores. Carlos prefere a área da Insolvência, do direito societário, administrativo e fiscal; Pedro Costinha está ligado à área de direito civil, família e comercial; e Rafael agrada-lhe o Direito Criminal, Direito Laboral e também Direito Desportivo, pelo qual tem uma predileção. Juntaram-se para criar a RC Advogados, situada na Rua dos Barbosas, em Braga, e os objetivos já estão definidos. “Queremos crescer aos poucos. 
Obviamente, necessitamos imperativamente trabalhar com todas as áreas do direito. É fundamental que possamos crescer em termos profissionais”, defende Rafael. Numa área de atividade tão competitiva, em que, cada vez que um de nós tem um problema que leva a processos em tribunal, pensamos logo no mais experiente, no mais conhecido e no que tem uma equipa maior, Carlos e Rafael querem combater o pensamento estereotipado. “O receio é para quem tem medo. 

Quem quer chegar longe não pode estar com esse tipo de sentimento. Achámos que este projeto fazia todo sentido e, por isso, avançámos. Quer na advocacia, quer na área empresarial ou noutra qualquer, os jovens não devem ter medo de arriscar”, considera o jovem Rafael, acrescentando: “Há a ideia de que um advogado jovem tem de passar muito tempo ‘subjugado’ a um advogado mais velho, com mais experiência, e nós pensamos o oposto”. 

Carlos alinha pelo mesmo discurso. “A nossa ideia foi clara: temos capacidade, temos qualidade e, se não apostarmos agora, vai ser cada vez mais difícil. Não queremos perder essa oportunidade”, afirma Pedro Costinha. Para começarem a afirmar-se no mercado e a verem reconhecidas as suas capacidades, o trio aposta em muito trabalho e aquisição de conhecimento. “O Direito é complexo e nada pode ser descurado em cada caso. Estamos a começar e, se for preciso ficar a trabalhar até às 23h ou mais, ficamos sem problema. O nosso sucesso dependerá do nosso compromisso com a advocacia e com o cliente”, refere. 

LUTAR CONTRA O PRECONCEITO E O ‘STATUS QUO’ 

Quando aparece um “peso pesado” pela frente, por exemplo num julgamento, há ou não algum desdém de quem é mais velho em relação aos dois? “Nunca senti isso. Obviamente, a experiência é um posto, nós respeitamos, mas acho que não é tudo. Tal como noutras áreas, há pessoas com muita experiência que têm créditos firmados, que são reconhecidos como excelentes profissionais, assim como existe o inverso- O facto de ser jovem não nos retira competência, porque, se a capacidade e o profissionalismo estiverem lá, temos todas as condições para efetuar um excelente trabalho. Uma coisa é certa: nunca nos podemos sentir inferiorizados”, defendem. Da parte dos clientes, também há a ideia de que os advogados com experiência é que são os melhores. “É um problema para quem começa tão jovem, como nós. O instinto das pessoas é optarem pelos mais experientes. Penso que isso nos obriga a sermos ainda melhores, ainda mais competentes e ainda mais trabalhadores, para que as pessoas percebam que vamos tratar o seu caso com a mesma determinação”, asseguram. 

As bases estão consolidadas, dizem, e “os resultados tanto no trabalho académico como na Ordem dos Advogados, falam por si”. Agora, arregaçam as mangas e vão ‘à luta’ naquela que é, provavelmente, a área de atividade mais conservadora que existe em Portugal. 


Notícia: Revista SIM