CloudProphet é o nome de um ambicioso projeto de quatro finalistas do Mestrado em Engenharia Informática da UMinho: António Silva, Adriana Cunha, Marcos Magalhães e José Ricardo Ribeiro. A ideia surgiu no final de Setembro de 2014, no âmbito de uma unidade curricular do curso, em que foi pedido aos alunos que pensassem num projeto de software que pudesse ser explorado como ideia de negócio. Esta acabou por ser a melhor de todas as que foram apresentadas nessa cadeira, fator que os motivou a concorrer à 13ª edição do Idealab, Laboratório de Ideias de Negócio promovido pela TecMinho, para o qual foram selecionados.
Nasceu assim o CloudProphet que propõe simplificar o processo de partilha de ficheiros entre utilizadores de diversos serviços de armazenamento na cloud (nuvem computacional) e simultaneamente simplificar a gestão de ficheiros de um usuário em vários sistemas de arquivamento.
Para ficar a conhecê-lo melhor, a Nós Alumni UMinho falou com Adriana Cunha, gestora de negócios e responsável pela gestão financeira e comunicação do projeto.
Quem é que constitui a equipa CloudProphet e qual é a sua formação?
A equipa é constituída por quatro finalistas do Mestrado em Engenharia Informática da Universidade do Minho que se encontram a terminar as suas dissertações. Foi durante o mestrado que os elementos da equipa se conheceram e começaram a trabalhar juntos em projetos académicos.
O António Silva é licenciado em Engenharia Informática pelo Instituto Superior de Engenharia do Porto e trabalha como Engenheiro de Software responsável pelo cliente de desktop.
O Marcos Magalhães é licenciado em Engenharia Informática pela Universidade do Minho e trabalha como Engenheiro de Software – Mobile.
Eu (Adriana Cunha) sou licenciada em Ciências da Computação pela UMinho e ocupo o cargo de Gestora de Negócios, sendo também responsável pela gestão financeira e comunicação.
O José Ricardo Ribeiro possui uma licenciatura em Engenharia Informática pela Universidade do Minho e tem especialização em Sistemas Distribuídos, Cloud Computing e Computação Paralela. Atualmente está a terminar a sua tese de mestrado como investigador numa parceria com a Bosch.
Como e quando surgiu o projeto CloudProphet?
O CloudProphet surgiu há cerca de um ano, no final de Setembro de 2014. A ideia original surgiu no âmbito da unidade curricular de Projeto de Engenharia Informática (UCE15) do 2º ano do Mestrado em Engenharia Informática. Nessa UC é pedido aos alunos que proponham um projeto de software que possa ser explorado como ideia de negócio e que o desenvolvam durante o primeiro semestre do ano letivo. A proposta de projeto foi apresentada pelo António Silva e desenvolvida por uma equipa de 8 elementos. Ao longo do desenvolvimento do projeto académico tivemos oportunidade de debate-lo com representantes de várias empresas, que nos deram feedback positivo. No entanto tinham algumas dúvidas quanto à capacidade que a equipa teria de implementar o projeto a que se propunha, tendo no final ficado bastante surpreendidos por superarmos as expectativas:
o CloudProphet foi o melhor projeto dessa UC.
O que é o que diferencia o CloudProphet de agregadores de serviços de armazenamento similares e quais as suas vantagens?
O fator diferenciador do CloudProphet é o facto de disponibilizar as funcionalidades que os agregadores de serviços de armazenamento na cloud existentes disponibilizam e também permitir a partilha de ficheiros entre usuários de diferentes serviços de arquivamento.
O mercado nos agregadores de serviços de armazenamento na cloud surgiu em 2010 e previa-se que este fosse crescente. Apesar disso, as suas potencialidades não foram aproveitadas, tendo a grande maioria encerrado. A partir de 2012 é quase inexistente informação acerca deste tipo de serviços. Os que ainda se encontram ativos não tentaram captar mais utilizadores, estando as suas funcionalidades limitadas à integração e gestão de contas em vários serviços, sendo que nenhum deles tenha monopólio do mercado ou mesmo um número razoável de usuários.
Qual é o público-alvo?
Dividimos o mercado em 2 grandes segmentos: utilizadores individuais e utilizadores organizacionais.
O utilizador individual é a pessoa que tem necessidade de utilizar serviços de arquivamento na cloud no seu dia-a-dia de forma a armazenar, organizar e partilhar os seus ficheiros. Este utilizador pode também utilizar a sua conta individual do CloudProphet no decorrer da sua atividade profissional, caso tal lhe seja permitido, no entanto as funcionalidades disponibilizadas estarão limitadas às dos utilizadores individuais.
O Utilizador organizacional é uma empresa ou organização que tem necessidade de armazenar e partilhar ficheiros no decurso da sua atividade. Geralmente esses ficheiros são confidenciais, quer pelo conteúdo dos mesmos, quer pelos prejuízos que poderão advir da divulgação da informação armazenada.
Voltando à equipa fundadora, porque é que escolheram a Universidade do Minho para tirarem os vossos cursos?
A escolha recaiu na Universidade do Minho por oferecer a formação pretendida, por ser uma universidade bastante reputada e além disso estar mais próxima de casa.
Que importância teve, e tem ainda, esta academia para o vosso percurso profissional e académico?
Sendo os cursos ministrados pelo Departamento de Informática da UMinho dos mais reputados e procurados quer por alunos, quer por empresas, e sendo bastante conhecido o seu elevado grau de exigência, não é portanto de estranhar que os nossos percursos académicos tenham contribuído bastante para adquirirmos competências transversais que nos permitem resolver problemas das mais variadas naturezas, sempre com o objetivo de nos preparar para todo o tipo de problema que nos possam surgir.
Como referido anteriormente, o CloudProphet surgiu no âmbito de uma unidade curricular de mestrado. Provavelmente sem isso a ideia nunca teria passado disso mesmo. O mestrado deu-nos a oportunidade de desenvolver este projeto ambicioso. Apesar de quase ninguém pensar que a equipa seria capaz de desenvolver o sistema, tivemos oportunidade de discutir o projeto com representantes de grandes empresas que nos ajudaram a desenvolver o projeto no âmbito académico e contribuíram para que o CloudProphet crescesse e se tornasse no que é hoje, adaptando-se, não só às necessidades dos utilizadores individuais, mas também das organizações.
Que tipo de apoios e ferramentas é que a 13º edição do IdeaLab vos deu para o desenvolvimento do projeto?
No final do projeto académico decidimos que não iriamos abandona-lo e que se queríamos que o mesmo tivesse sucesso teríamos que trabalhar muito bem o plano de negócio. Foi então que surgiu a oportunidade de participar na 13ª edição do Idealab.
O Idealab permitiu-nos melhorar as nossas skills empreendedoras, ter formação que nos possibilitou fazer uma análise mais correta e profunda do quem seriam os potenciais utilizadores, estudar o mercado e qual as estratégias de negócio mais adequadas para o nosso tipo de utilizadores, mas o que mais trabalhamos foi a parte financeira. Uma vez que se trata de um projeto à escala global ele necessita de um grande investimento inicial e de um planeamento financeiro rigoroso de forma a controlar e planear bem toda a estrutura financeira que o suportará.
Em que fase está o projeto?
Como referido anteriormente, os agregadores de serviços de armazenamento na cloud existentes não tiveram o sucesso esperado e isso deve-se muito ao facto de não satisfazerem todas as necessidades dos seus utilizadores. Para evitar essa situação, pretendemos lançar o CloudProphet apenas quando este estiver capaz de satisfazer as necessidades de uma grande fatia de utilizadores, conseguindo assim captar, desde o início, mais usuários e conseguindo garantir que continuam a utilizar o serviço.
De momento estamos a melhorar o sistema já desenvolvido, otimizando o que foi feito, integrando mais serviços e preparando a versão para iOS. Pretendemos lançar publicamente o projeto num prazo de cerca de 6 meses. Estamos também a trabalhar para desenvolver parcerias e a desenvolver todos os esforços necessários para angariar o financiamento necessário para o alavancar.
Qual tem sido o feedback das pessoas?
O feedback obtido tem sido bastante positivo, quer pela parte dos utilizadores individuais quer por parte das empresas que costumam ser mais reticentes na utilização de serviços de armazenamento na cloud para armazenar informações confidenciais. Tivemos oportunidade, ao longo deste ano, de apresentar o nosso projeto e obter feedback de pessoas de diferentes áreas não só na área das TI, mas também na área da gestão financeira e todas as opiniões têm sido positivas, tendo sempre recebido o feedback que o sistemas já está apto para ser utilizado e que com certeza que seriam utilizadores.
Quais os próximos passos e aspirações para o CloudProphet?
O CloudProphet pretende revolucionar o mercado dos agregadores de serviços de armazenamento na cloud, conseguindo tirar partido de todo o potencial que o mercado tem e conseguindo alavancar um mercado estagnado que nunca teve oportunidade de satisfazer as necessidades dos seus utilizadores.
Assista ao vídeo (em inglês):
* Artigo da rubrica Ecossistema de Inovação e Empreendedorismo da Newsletter Nós Alumni, desenvolvido em parceria com a TecMinho