O Instituto Nacional para a Reabilitação (INR), organismo do âmbito do Ministério da Solidariedade, Emprego e Segurança Social, entregou no passado dia 3 de dezembro, a uma equipa de investigadores da Universidade do Minho o Prémio Inovação Tecnológica Engenheiro Jaime Filipe, atribuído pela criação de um andarilho motorizado inteligente, capaz de auxiliar de forma segura tanto a locomoção como a terapia da reabilitação física. A cerimónia inseriu-se nas comemorações do Dia Internacional das Pessoas com Deficiência, que o INR promoveu na Fundação Calouste Gulbenkian, em Lisboa, e contou com a presença da nova secretária de Estado da Inclusão das Pessoas com Deficiência, Ana Sofia Antunes.

O andarilho inteligente resultou de uma ideia desenvolvida no âmbito da tese de doutoramento em Engenharia Biomédica “ASBGo: A Smart Walker for mobility Assistance and monitoring System Aid”, de Maria Manuel Martins, com a orientação dos investigadores Cristina Santos, Anselmo Frizera e Ramon Ceres, da UMinho, e a colaboração de Ana Matias, Tânia Pereira e Fátima Pereira, do Hospital de Braga, além da empresa de produtos ortopédicos Orthosxxi. 

A estabilidade do equipamento - conseguida através de um design próprio e da inteligência artificial - garante ao utilizador menor probabilidade de incidentes e acaba por ser um fator de diferenciação. “O aparelho permite maior segurança mesmo nos casos mais difíceis, em que, por falta de soluções estáveis, os pacientes acabam por ser indicados para cadeiras de rodas”, refere Maria Manuel Martins. O andarilho motorizado pode ser utilizado de várias formas: em modo manual, com total controlo do utilizador; com controlo à distância por outrem, por exemplo, monitorizado e conduzido pelo fisioterapeuta; em modo pré-programado/autónomo, com meta pré-estabelecida, ajustando-se no percurso e desviando-se de eventuais obstáculos; e em modo misto, que é manual, conduzido pelo utilizador, mas com alarmes a avisar os obstáculos, o afastamento corporal ou outros eventuais riscos.

Outra potencialidade deste equipamento é a possibilidade de realizar o apoio ao diagnóstico através da quantificação e análise da marcha. Ou seja, através de um sistema de sensores são recolhidos dados posturais e gestuais, que, sendo registados, permitem estabelecer padrões para posteriores avaliações médicas e terapêuticas. O equipamento está tecnologicamente desenvolvido e praticamente concluído, decorrendo a fase de validação nos serviços de Ortopedia e de Reabilitação do Hospital de Braga, adianta Maria Manuel Martins.