800 médicos já estão a utilizar uma aplicação criada pela Escola de Medicina da Universidade do Minho e pela spin-off iCognitus. Esta aplicação, a ADS, é direcionada para o tratamento da depressão e esteve em desenvolvimento durante os últimos dois anos. 

O criador da app, o professor e psiquiatra Pedro Morgado, explica que a aplicação pretende ser uma ferramenta que "guia os clínicos de modo a simplificar o tratamento em casos de depressões ligeiras a moderadas". Através da ADS é possível escolher quais os tratamentos que melhor se adequam ao perfil de cada pessoa que sofre desta patologia. É, portanto, uma forma personalizada de olhar para a depressão. 

Desta forma os médicos que estejam inscritos na ordem podem introduzir os dados dos pacientes, esses dados são anónimos, e de seguida através de um algoritmo de decisão clínica são apresentadas diferentes alternativas que os médicos podem implementar. A plataforma não diz o que fazer, porém seleciona informação sobre as melhores soluções para aquele problema. 
 
A ADS apresenta-se como uma ferramenta "completa e multidisciplinar". Ou seja, nesta app não são apenas aconselhados fármacos para tratar a depressão. O tratamento pode ser comportamental, direccionado para o estilo de vida ou ligado à psicoterapia. 
 
Recorde-se que Portugal é o quinto país da OCDE com a maior taxa de consumo de antidepressivos. A aplicação está disponível nas lojas PlayStore a AppleStore para profissionais registados na Ordem dos Médicos.
 
Outro dos problemas que tem vindo a preocupar a Escola de Medicina prende-se ao Síndrome de Burnout. Segundo o psiquiatra, este advém de um conjunto de sintomas que surgem da relação das pessoas com o trabalho ou, por exemplo, com os estudos. "A depressão pode ser uma expressão deste síndrome", afirma. No entanto não se trata de uma doença do foro psiquiátrico.
 
De modo a antecipar o problema a Escola de Medicina da UMinho vai começar a monitorizar sintomas no Centro de Medicina Digital P5. Pedro Morgado anuncia que o P5 vai arrancar em pleno nas próximas semanas. Neste momento já foram registadas bastantes inscrições junto da comunidade académica. 
 
O psiquiatra refere que este síndrome tem vindo a ganhar protagonismo nos media, porém o número de casos "tem se mantido estável nos últimos 10 anos". 
 
Recorde-se que o P5 é uma abreviatura de cinco objetivos que passam pela proximidade, preditividade, participação, personalização e prevenção. 
 
Notícia: RUM