Maria Assunção Flores, da Universidade do Minho, é a primeira portuguesa galardoada com o Prémio de Investigação do Conselho Internacional de Educação para o Ensino (ICET), devido ao relevo dos seus projetos sobre a formação e o trabalho dos professores. A investigadora foi laureada na 63ª Assembleia Mundial do ICET, em Joanesburgo, África do Sul, recebendo um diploma e um convite para apresentar o seu trabalho na próxima Assembleia da entidade, prevista para 2020 no Reino Unido.

Este prémio de mérito/carreira é um dos mais prestigiados na área e tem um significado especial, pois representa o reconhecimento internacional do meu trabalho e é uma motivação acrescida para continuar esta linha de investigação com colegas e instituições de outros países, contribuindo para a meta ‘Educação de qualidade’ da Agenda 2030 do Desenvolvimento Sustentável da ONU, que tem na formação de professores um dos fatores decisivos para a sua concretização”, refere Assunção Flores.

O “ICET Research Award” foi instituído em 1986 e reconhece anualmente investigação com impacto para o conhecimento base da formação docente a nível mundial. O ICET nasceu há 65 anos, está sediado nos EUA e visa melhorar a qualidade da educação no planeta, através da cooperação internacional e de programas entre países desenvolvidos e em desenvolvimento. O organismo junta mais de 50 países, desde académicos, administradores, decisores e até ministérios de Educação, tendo parcerias importantes como a UNESCO. Pretende ser um fórum de informação e discussão de questões e tendências na educação a nível global, através de redes, parcerias, publicações e da assembleia anual.

 
Nota biográfica

Maria Assunção Flores é natural de Vieira do Minho e vive em Braga, sendo professora do Instituto de Educação da UMinho e investigadora do seu Centro de Investigação em Estudos da Criança (CIEC). Fez a licenciatura em Ensino de Português-Francês, o mestrado em Educação, ambos pela UMinho, e o doutoramento em Educação pela Universidade de Nottingham, no Reino Unido. Foi visiting scholar nas universidades de Cambridge e Glasgow, no Reino Unido, e mantém projetos com diversas instituições estrangeiras. Foi a única portuguesa ao presidir o ICET (2011/15) e à Associação Internacional de Estudo dos Professores e do Ensino – ISATT (2013/19), duas das principais entidades mundiais neste domínio. Lidera a Rede Internacional de Investigação-Ação Colaborativa (Estreiadiálogos).

É também membro de diversas associações e revistas internacionais, sendo codiretora do European Journal of Teacher Education e diretora executiva da Teachers and Teaching Theory and Practice. Tem mais de 250 publicações científicas – incluindo artigos, livros e capítulos – sobre formação e desenvolvimento de professores, identidade e profissionalismo docente, currículo, avaliação e ensino superior. Já interveio em congressos nos vários continentes e foi alvo de diversos prémios e homenagens, como da Associação Internacional para o Desenvolvimento das Metodologias de Avaliação em Educação. Dos projetos recentes que coordenou cita-se “Os professores e o exercício da liderança”, “Avaliação no ensino superior” e “Efeitos das lideranças nos resultados escolares dos alunos”, financiados pela Fundação para a Ciência e a Tecnologia.