Passou por todas as etapas da vida de escuteiro. Aos sete anos, era lobito no Agrupamento de Mesão Frio, terra natal, em Guimarães. A inscrição foi tratada pela mãe que queria que os filhos tivessem contacto com a natureza. Nunca mais saiu do movimento e garante que é feliz. O que recebe é mais do que o que dá. "O escutismo tem uma forte dimensão na forma de ver o Mundo, até mesmo no princípio de ajudar a construir um Mundo melhor", refere.
 
Tem 36 anos, e 30 desta vida. Experiências dentro e fora do país, desafios, viagens, aprendizagens. Passou por vários cargos: foi chefe nacional adjunto e secretário nacional do Corpo Nacional de Escutas (CNE), secretário internacional da Federação Escutista de Portugal, secretário regional para a Educação e Formação de Adultos de Braga do CNE. Agora é membro do Comité Europeu do Escutismo eleito com o maior número de votos entre dez candidatos de outros tantos países, numa cerimónia que teve lugar na Croácia. Tem a tarefa de assegurar a execução do plano trienal da organização focado na importância do escutismo para pessoas e comunidades, na diversidade e inclusão, no desenvolvimento sustentável. Uma missão de grande responsabilidade. "Nos escuteiros, vivemos por projetos, gerimos orçamentos, objetivos, esforços, materiais, equipamentos, conflitos." "Todo o desafio dá-nos conhecimento", acrescenta. Desde cedo que o escutismo lhe mostra caminhos, oportunidades, formas de lidar com o meio ao redor. “Deixei de ter medo de falharam de fazer asneira. Tenho muito pouco receio de errar”, revela. Sempre a aprender nos escuteiros. “Aquela ideia que crescemos, mas crescemos com outras pessoas, crescemos com um papel numa micro comunidade.”
 
As memórias dependem das etapas, momentos, idades. Não esquece os acampamentos anuais num monte ao pé de casa. "Tenho maravilhosas memórias desse tempo." Não esquece o acampamento nacional em Idanha-a-Nova em 2007, que juntou mais de 20 mil escuteiros, e o Jamboree Mundial do Japão, com cerca de 40 mil. "É impressionante ver gente de mais de 100 países a conversar, a partilhar atividades, gastronomia. "Tem também conferências europeias e mundiais no seu álbum de recordações. "São exemplos de momentos de aprendizagem a grande velocidade", sublinha.
 
Foi presidente da assembleia geral do Conselho Nacional de Juventude em representação do CNE e também representante do CNE no Conselho Consultivo de Juventude. Presidiu ao Núcleo de Estudantes de Educação da Universidade do Minho. Os testes psicotécnicos indicavam-lhe o caminho de Engenharia Informática. Não foi por aí. É licenciado e mestre em Educação pela Universidade do Minho.
 
Além do escutismo, é coordenador nacional da Rede Europeia de Informação aos Jovens (Eurodesk), espalhando informações sobre estágios, empregos, financiamentos e outros elementos que chegam de todo o lado. Desde cedo que lhe reconhecem capacidade de gerir equipas. Aos 25 anos, era tesoureiro da Junta de Freguesia de Mesão Frio, cargo que exerceu durante dois mandatos. As raízes nunca morrem. "Gostava de ter coragem de voltar ao Minho e de voltar a mudar a minha comunidade."

Notícia: Notícias Magazine