O dst group vai atribuir dez estágios profissionais a dez refugiados. Os jovens, com idades compreendidas entre os 16 e 18 anos, estão há cerca de seis meses em Portugal, ao abrigo da Delegação de Braga da Cruz Vermelha Portuguesa. Tratam-se de estágios de doze meses, remunerados, e em diferentes áreas de trabalho na empresa bracarense.
 
Esta quarta-feira, a construtora assinou um protocolo de cooperação com a Delegação de Braga da Cruz Vermelha Portuguesa e o Alto Comissariado para as Migrações, com vista à criação e desenvolvimento de um programa-piloto de Desenvolvimento de Habilidades Profissionais, no âmbito do Desafio de Cariz Humanitário que apoia crianças e jovens provenientes de um campo de refugiados na Grécia.

Aos jornalistas, o presidente do conselho de administração, José Teixeira, formado em Engenharia Civil pela Universidade do Minho, relembrou o passado de emigração do país. “Somos um país de emigrantes e meu pai também o foi, por isso, adoramos ser bem recebidos. Assim, é nossa obrigação também acolher como gostamos que nos acolham quando estamos a trabalhar fora da nossa pátria.”
 
Os jovens foram auscultados, previamente, pelo Centro de Acolhimento de Especializado para Crianças e Jovens não Acompanhados, que tentou perceber em que áreas gostariam de ter uma experiência profissional. No dst group vão passar pelos setores das madeiras, serralharia, alumínios, telecomunicações, ar condicionado, eletricidade, entre outros.
 
A partir do mês de maio, passam a ter acesso a uma bolsa de 438,81 euros por 20 horas mensais em que vão poder contactar com tutores de diferentes áreas. A empresa compromete-se, também, a disponibilizar transporte diário de e para a empresa, assim como pequeno almoço, almoço e lanche.
 
Para José Teixeira, esta é uma "responsabilidade social". Recorde-se que o dst group tem neste momento um quadro de recursos humanos "multicultural" com elementos de vários países de África, mas também de etnia cigana no âmbito de uma parceria com a Universidade do Minho.

Atualmente, dois refugiados já entraram para os quadros da empresa. O presidente tem esperança que alguns destes dez jovens "pretendam ficar e continuar os seus estudos", decisão que a empresa se compromete a apoiar.
 
A Alta-Comissária para as Migrações, Sónia Pereira, esteve em Braga e sublinha a importância de disponibilizar oportunidades de aquisição de "experiências profissionais" no nosso país, de modo a que estas pessoas possam criar laços e desejem permanecer em Portugal.
 
Até ao momento, Portugal já acolheu 78 jovens refugiados ao abrigo do Mecanismo de Recolocação com a Grécia. No total deverão ser 500. Em Maio, está prevista a chegada de mais 24. Estes jovens foram distribuídos pelas cidades de Braga, Covilhã, Lisboa e Nazaré.
 
Já o presidente da Delegação de Braga da Cruz Vermelha, Armando Osório, deixou um apelo aos empresários bracarenses, para que sigam o exemplo do Grupo DST e também eles digam não à ostracização.
 
Os dez jovens refugiados vivem atualmente na Casa Paroquial de Prado, Vila Verde, mas são oriundos do Mali, Paquistão, Síria, Bangladesh, Congo, Gâmbia e Egito. 
 
Notícia: RUM - Rádio Universitária do Minho