É mais uma história de um madeirense bem-sucedido e reconhecido no Reino Unido, desta vez é na área da Saúde... Adério Rocha é enfermeiro emigrante há nove anos no Reino Unido, casado com uma nutricionista madeirense, com quem tem uma filha de 10 meses. Em vésperas de fazer 35 anos recebeu uma grande notícia: foi premiado ao nível nacional no Reino Unido como o melhor director de operações na área da saúde e serviços sociais. 

Natural da freguesia de Santana, Adério Rocha contou ao DIÁRIO que todos os anos no Reino Unido são nomeadas várias pessoas e instituições para diversos prémios na área da Saúde. Embora ambicionasse um dia ser um dos finalistas nunca lhe passou pela cabeça alcançar esta distinção. Só se apercebeu desta possibilidade quando foi nomeado como um dos cinco finalistas da categoria “Care operacions / Área Manager”. Foi um homem que facilitou e ajudou várias pessoas, e foi referência na comunidade, mas longe estava de pensar em distinções nessa altura. 

Em conversa com o DIÁRIO, Adério Rocha contou-nos a sua história. Viveu no Funchal até aos 13 anos, altura em que, por motivos profissionais de sua mãe, regressou a Santana, sua terra-natal. Estudou na Escola de Santana e planeava formar-se em engenharia genética, mas esse curso não abriu em Portugal no ano em que seguia para a universidade. Em vez disso, enveredou pelo curso de enfermagem na Escola Superior de São José de Cluny na Madeira, tendo concluído o curso em 2006. Foi com notória emoção que continuou a contar a sua história. A razão de seguir enfermagem foi a sua mãe, que aspirava ser enfermeira e que o contagiava quando falava da profissão. 

Depois, rumou até ao Porto para fazer uma pós-graduação em Economia e Gestão de Serviços de Saúde na Universidade Fernando Pessoa. Foi no Porto que ficou a conhecer um leque de pessoas ligadas à gestão em Portugal e fez o seu mestrado em Gestão de Serviços de Saúde na Universidade do Minho.

O jovem enfermeiro recorda como nessa altura, no Reino Unido, estavam à procura de enfermeiros, oferecendo condições mais aliciantes que Portugal. Acresce aqui o seu desejo de ampliar a sua formação na área da gestão em Londres. Assim, no ano de 2010, malas feitas, segue rumo a Londres, onde se encontra até aos dias de hoje. Pelo caminho, aponta o seu percurso ascendente de trabalho como enfermeiro (durante seis meses), como enfermeiro chefe, como vice-director e depois director clínico da Barcherter — grupo empresarial composto por mais de 60 lares de idosos e 7 hospitais. 

Este jovem empreendedor, integrou a equipa que abriu a nova instituição em Guilford e que ajudou muitos portugueses formados em enfermagem em Portugal em situação de desemprego, a quem possibilitou trabalho na área da enfermagem, outros já regressaram a casa. Os que por lá se encontram, trabalham em lares de idosos ou nos cuidados intensivos dos hospitais. 

Para ele, o Reino Unido é uma terra de oportunidades desde que se trabalhe com integridade e que se tente fazer o melhor que se pode e se sabe: "acabamos por ser reconhecidos, quer seja a nível regional ou a nacional... tudo é possível! Relembrou que há́ dois anos viu uma portuguesa a ser reconhecida como a melhor enfermeira do ano no Reino Unido.

Entre a emoção e ainda a surpresa, Adério conta-nos o seguinte: o processo de nomeações é feito até Junho de cada ano. Em Setembro, as instituições em que os visados trabalham analisam e avaliam os mesmos. "Acerta altura chegou a minha vez e o director informou que tinha sido um dos cinco nomeados para os finalistas desta categoria 'Care Ope- racions / Aerea Manager'. Em Outubro, os cinco finalistas em todas categorias foram submeti- dos a uma entrevista presencial- perante o painel de profissionais que analisam as candidaturas e o trabalho realizado. 
 
Notícia: Diário de Notícias